Dia 19 de agosto é o Dia do Haiku!

O dia 19 de agosto é o Dia do Haiku devido ao goroawase (trocadilho numérico). 8 em japonês é “hachi”, então “ha”. 1 é “ichi”, então “i”. 9 é “kyu” ou “ku”. Juntando, “mês 8, dia 19” é o Dia do Haiku.

O Haiku, também conhecido no Brasil como Haicai, provavelmente é o estilo consolidado de poesia mais curto do mundo, sendo composto por 17 letras japonesas (equivalente à sílaba), divididas em 3 “versos”.

Poderíamos falar de Bashō, Buson, Issa… mas vamos deixar os mestres do Período Edo (1603-1868) para uma outra ocasião. Fica a sugestão de leitura do livro “Trilhas longínquas de OKU”, de Matsuo Bashō, com tradução e notas de Mieko Shimon (Escrituras Editora).

O Haiku era chamado inicialmente de Hokku (発句), o trecho inicial do Renga (連歌), gênero de poesia colaborativa japonesa. No Período Edo, era chamado de Haikai (俳諧). Na Era Meiji, Masaoka Shiki resgatou esta arte poética, chamando-a de Haiku (俳句), sendo o responsável pela sua difusão no Japão.

O Haicai também é muito praticado no Brasil, seja por imigrantes japoneses e seus descendentes, seja por brasileiros. Podemos citar famosos haicaístas como Afrânio Peixoto, Paulo Leminsky, Millôr Fernandes, entre outros.

Mas não podemos deixar de destacar Guilherme de Almeida, o “Príncipe dos Poetas”, fundador e primeiro presidente da Aliança Cultural Brasil-Japão, entre 1956 e 1959.

Ele criou o “modelo Guilhermino” de Haicai, em que o primeiro e o terceiro versos possuem rimas, e a segunda e a sétima sílabas do segundo verso formam uma rima interna.

Já entre os imigrantes japoneses, destacamos Shūhei Uetsuka, o “Pai da Imigração (japonesa ao Brasil)”. Conhecido pelo nome literário de Hyōkotsu, veio ao Brasil a bordo do Kasato Maru, navio que trouxe os primeiros imigrantes oficiais do Japão ao Brasil, em 1908.

Momentos antes do navio chegar ao Porto de Santos, Uetsuka produziu o seguinte poema:

涸滝を 見上げて着きぬ 移民船
(Karetakiwo miagete tsukinu iminsen)

Traduzido como:

A nau imigrante / Chegando: vê-se lá do alto / A cascata seca

Uma regra fundamental para a elaboração dos Haiku seria o Kigo (季語), palavras ou expressões que indicam determinada estação do ano. Existe uma lista chamada Saijiki (歳時記), que é como um glossário de Kigo, separando-os conforme as quatro estações.

Os imigrantes japoneses no Brasil estabeleceram suas vidas num clima totalmente diferente ao do Japão. Assim, foram surgindo Kigo tipicamente brasileiros, como “São João”, “manga (a fruta)” ou “malária”. Em 2006, foi publicada uma versão brasileira deste glossário: o “Brasil Saijiki”.

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