Dia 8 de outubro é o Dia do Tabi!

“Hoje é Dia de Cultura Japonesa” – Capítulo 59

O tabi é uma meia tradicional japonesa, caracterizada pela divisão do dedão com os demais dedos. Faz parte do vestuário tradicional japonês (quimono), sendo utilizado junto com calçados com tiras (formato de sandálias) como o zōri, waraji ou geta. É imprescindível para situações formais ou em artes tradicionais, como a cerimônia do chá ou o teatro nô.

Existe também o jikatabi (地下足袋), uma versão mais resistente do tabi, com sola de borracha, voltado para o uso externo.

A data foi criada em 1988 e oficializada pela Japan Anniversary Association em 2018. Foi escolhido o mês de outubro porque é o início da temporada de uso do quimono, com eventos importantes como o Shichigosan (comemoração das crianças que atingem 7, 5 e 3 anos) em novembro e o Ano Novo (Shougatsu) e o Dia da Maioridade em janeiro.

Já o dia 8 foi escolhido porque o ideograma de 8 (oito) é 八 e tem o formato do Monte Fuji ou de um leque japonês virado para baixo. Os japoneses chamam este tipo de forma de “suehirogari”, que, como o leque, é estreito no início e, quanto mais vai chegando à outra ponta, vai se expandindo, multiplicando. Assim, o suehirogari é um formato que os japoneses acreditam que traz sorte, pois simboliza a expansão e multiplicação da prosperidade.

Não se sabe exatamente quando surgiu o tabi, mas no Período Heian (séculos 8 a 12) já eram utilizados os modelos com o dedão separado, para poder utilizar o chinelo zōri.

Até o começo do Período Edo (1603-1868), o tabi era geralmente feito de couro. Isso mudou após o Grande Incêndio de Meireki, de 1657, considerado o maior incêndio do Japão, excluindo aqueles causados pelo Grande Terremoto de Kantō ou pelo Bombardeamento de Tóquio, no final da Segunda Guerra Mundial.

Após o incêndio, o couro passou a ser usado para produzir trajes resistentes ao fogo, importantes na hora de tentar apagar incêndios. Assim, começou-se a usar o tabi de algodão, mais barato, mais confortável. O algodão continua sendo a principal matéria-prima do tabi até os dias atuais.

O tabi que conhecemos atualmente possui fechos de metal chamados de kohaze (こはぜ). Este tipo de fecho para o tabi foi desenvolvido entre o fim do Período Edo e o começo da Era Meiji.

O uso de tabi é considerado eficaz para a prevenção de joanete, pois permite que o usuário pise no solo firmemente, com os dedos do pé. Atualmente existem calçados de uso cotidiano ou, até mesmo, tênis de corrida inspirados no tabi.

Conforme já mencionamos anteriormente no artigo do “Dia da Maratona”, Shisō Kanakuri foi o primeiro japonês a correr a maratona nos jogos olímpicos utilizando um tabi reforçado para aguentar longas distâncias.

Conforme mencionamos no artigo do “Dia do Sapato”, o romance “Rikuō”, do badalado escritor Jun Ikeido, conta a história do presidente da empresa “Kohazeya”, que confecciona tabi há mais de um século. Com o risco iminente de falência, o presidente decide aplicar o know-how da empresa em produzir tabi, para criar um tênis de corrida minimalista, em que o usuário corre com a sensação de estar descalço.

No Japão, muitos confundem a diferença entre “hadashi” (裸足) e “suashi” (素足). O hadashi é usado quando estamos descalços, sem nenhum calçado. O suashi é quando não utilizamos nem meia nem tabi. Assim, quando uma pessoa usa um calçado sem usar meias, podemos dizer que ela está calçando um kutsu (sapato) sobre o suashi (pé sem meia).

No Japão, existe uma discussão sobre qual é a diferença entre os termos “hadashi” (裸足) e “suashi” (素足). O hadashi é usado quando estamos descalços, sem nenhum calçado. O suashi é quando não utilizamos nem meia nem tabi. Assim, quando uma pessoa usa um calçado sem usar meias, podemos dizer que ela está calçando um kutsu (sapato) sobre o suashi (pé sem meia).

No teatro nô, o palco é considerado um local sagrado. Por isso, como sinal de respeito, deve-se trajar o tabi mesmo durante os ensaios. Não é permitido subir no palco do teatro nô descalço, com meias simples, muito menos com algum calçado.

 


 

Vejam também nossos artigos anteriores:

1 de setembro – Prevenção contra Desastres (Capítulo 34)

2 de setembro – Dia do Sapato (Capítulo 35)

12 de setembro – Dia da Maratona (Capítulo 42)

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