JaPow!: ex-aluno da Aliança lança mangá que tem o bairro da Liberdade como cenário

Texto: Paula Cabral Gomes

 
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Jun Sugiyama, 28 anos, ex-aluno da Aliança Cultural Brasil-Japão, e Eduardo Capelo, 35, uniram seus talentos para dar origem a JaPow!, um mangá que junta a tradição da cultura japonesa com os desafios da vida moderna, com história ambientada na Liberdade, o bairro mais oriental de São Paulo.

Os artistas se conheceram durante o processo de criação de Kimera, a cidade que acreditam ser a última habitada por seres vindos de vários lugares do espaço e do tempo, que mudou de localização por teletransporte após a explosão de uma bomba experimental. A obra foi lançada pelo selo Sesi-Quanta.

Confira abaixo o bate-papo que tivemos com o roteirista Jun Sugiyama e o quadrinista Eduardo Capelo.

1.   Como e quando surgiu o interesse pela arte?

Eduardo: Acho que foi através dos desenhos animados da infância. Posteriormente passei a ler quadrinhos e desenhar era um dos meus passatempos favoritos!

Jun: E quando você começou a ler mangás?

Eduardo: Eu lia aquela versão alternativa de Ranma 1/2 que saiu por aqui nos anos 90 (posteriormente, quando a Conrad e a JBC começaram a publicar oficialmente os títulos, passei a acompanhar quase todos! Comprei Rurouni Kenshin 1 na banca!)

Jun: Eu peguei essa época. Os primeiros mangás que comprei foram Kenshin e Sakura, depois Video Girl Ai, lá em 2001.

Eduardo: Isso mesmo! Aos poucos o mercado foi crescendo, mas nem imaginávamos lá atrás que poderíamos ter tantos títulos sendo publicados por aqui…


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2.  Quais são as inspirações de vocês?

Jun: Gosto muito de filmes que contam a história visualmente, como Wes Anderson e Edgar Wright. No mangá, sou fã do Eiichiro Oda, Masakazu Katsura e Taiyo Matsumoto.

Eduardo: No mangá, minhas inspirações são Yoshihiro Togashi, Yusuke Murata, Takeshi Obata e, mais recentemente, Kohei Horikoshi.

3.   Como foi o processo de criação de JaPow!?

Jun: Foi bem longo. Começou com uma história curta na Imaginários vol. 3 – coleção que traz aventuras gráficas de fantasia, ficção científica e terror –, com outro artista. Quando decidimos fazer a série JaPow!, seria com outra pessoa, mas ela não daria conta de todos os capítulos. Então chamei o Eduardo, com quem estava trabalhando no Kimera.

Jun: Como foi trabalhar em uma história que já teve outros artistas e referências antes de você participar?

Eduardo: Como eu sou um iniciante, até trabalhar sozinho para mim é novidade, foi desafiador pegar um projeto em andamento, com personagens desenvolvidos, adaptar e dar continuidade! Com certeza somou bastante na minha pouca experiência!

4.   Como foi a recepção de JaPow! pelo público?

Eduardo: Ainda está bem recente e não fizemos muitos eventos após o lançamento, mas a resposta das pessoas até o momento tem sido superpositiva!

Jun: Pouco antes do lançamento, no Anime Friends, a reação do público sobre a proposta de JaPow! foi bem legal. Saberemos melhor nos próximos eventos.

5.   Outros trabalhos de vocês possuem temática semelhante à de JaPow!?

Eduardo: JaPow! é o meu segundo trabalho em quadrinhos e o primeiro no estilo shonen – tipo de mangá voltado para jovens do sexo masculino –, então acho que ainda não tenho uma grande base para comparação…

Jun: No Gibi Quântico 2 – criado por alunos dos cursos Roteiro para Histórias em Quadrinhos, da Quanta Academia de Artes que se reuniram com desenhistas de todo o Brasil para mostrar a diversidade das HQs –, tem uma história que escrevi sobre a memória de uma antiga “ama-san” – mulheres japonesas que mergulham sem equipamento e pegam moluscos no fundo do mar – no Brasil. Sempre tento colocar um pouco da temática japonesa em minhas histórias. E tem outro projeto em que estamos trabalhando que tem como tema os imigrantes japoneses antes da guerra.

6.   Como surgiu o interesse pela cultura japonesa?

Jun: No meu caso, tive contato desde pequeno, mas o interesse mesmo surgiu com os animês que passavam na Manchete, na década de 90. Com a chegada dos mangás, o interesse só aumentou.

Eduardo: O meu surgiu um pouco antes, por conta dos seriados de tokusatsu na Manchete mesmo! Assistia todos!

7.   Quando começaram a estudar o idioma japonês? Por quê?

Jun: Comecei estudando em uma escola japonesa, na Vila Sônia. Aprendia um pouco de japonês e fazia atividades culturais, como undokai. Quando comecei a ler mangás e me interessar mais pela cultura, estudei na Aliança de Pinheiros, onde aprendi japonês por dois anos. Na faculdade, voltei a estudar por dois semestres.

Eduardo: Eu sempre gostei de escutar e cantar músicas japonesas. Aberturas de animes, J-Rock e J-Pop, mas não entendia muito do que era dito. Sempre tive curiosidade de poder ler os mangás em japonês mesmo. Comecei a estudar japonês, mas parei já faz um tempo… Preciso voltar!

8.   O que a cultura japonesa traz para o nosso dia a dia?

Eduardo: Traz, principalmente, diversidade! O senso coletivo, a estética, a culinária… São muitas as contribuições! Nos quadrinhos, o dinamismo da narrativa e a diversidade dos temas contribuem para um maior alcance do quadrinho no mundo todo!

Mais informações no site da editora:

https://editoradraco.com/2017/07/07/japow-v-1-jun-sugiyama-e-eduardo-capelo/

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