Relato do aluno: Admiração e interesse pela cultura japonesa, durante o período de bolsa de estudos no Japão

 Por Paula Cabral Gomes

Descendente de japoneses, o jovem Kevin Kei Kobori nasceu e cresceu entre costumes do Japão, porém o interesse mais intenso pela cultura e pelo idioma do país surgiu após sua primeira viagem à terra de seus avós. Depois de 15 dias no Japão, Kevin voltou ao Brasil e se matriculou na Aliança Cultural Brasil-Japão.

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Em setembro de 2016, o universitário teve a segunda chance de ir ao Japão, também com bolsa de estudos oferecida a descendentes, e passou um ano imerso na cultura que tanto chamou a sua atenção aos 15 anos.

O que mais impressionou Kevin foi a simpatia dos japoneses e a percepção de que sim, é possível criar vínculos fortes com os japoneses mesmo sendo estrangeiro e conviver bem na sociedade, apesar dos problemas existentes no país.

Saiba mais detalhes das viagens do estudante ao Japão e seu relacionamento com a cultura e a língua japonesa durante sua vida.

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Quando, como e por que começou seu interesse pela cultura japonesa?

A influência da cultura japonesa sempre foi presente na minha vida tanto nos costumes em casa quanto nos valores. No entanto, nunca tive tanto interesse nela, apesar de também nunca ter conseguido me identificar totalmente com a cultura brasileira. Entretanto, aos meus 15 anos de idade, houve uma grande mudança na minha vida, pois tive a oportunidade de ir ao Japão através de uma bolsa oferecida por uma instituição da comunidade nikkei. Durante 15 dias fiquei estudando a língua japonesa e participando de atividades culturais. A experiência fez despertar um interesse muito grande pela cultura, principalmente pela cultura contemporânea, e, assim que voltei, comecei os meus estudos na Aliança.

Como conseguiu a bolsa de estudos?

Consegui através da recomendação da coordenadora de ensino da Aliança. Assim, por meio da recomendação, consegui participar do processo de seleção no Consulado Geral do Japão em São Paulo e fui aprovado. A bolsa me permitiu estudar durante cerca de um ano assuntos relacionados à língua e cultura japonesa. Além disso, os custos com taxas acadêmicas, passagens aéreas, moradia e alimentação foram financiados pelo governo japonês.

Como foram os preparativos para a sua viagem ao Japão?

Foram bem tranquilos, pois, como as aulas no Japão somente começariam em setembro e as minhas aulas já haviam acabado, tive tempo suficiente para me preparar apesar do aumento da ansiedade conforme se aproximava a viagem.

Quais lugares conseguiu visitar?

Consegui visitar a região de Kansai, onde passei por Osaka e Nara. Além disso, consegui visitar Ishikawa, região onde meus avôs nasceram. Porém, a região que acabei melhor conhecendo foi a de Tóquio devido ao meu interesse pela cultura contemporânea japonesa. Assim, regiões como Shibuya, Shinjuku, Ikebukuro, Akihabara, Harajuku eram lugares que costumava frequentar.

O que mais te impressionou no Japão?      

O tratamento em relação às pessoas e a organização dos japoneses em diferentes situações e lugares. A simpatia dos japoneses também me impressionou. Apesar da difícil aproximação num primeiro momento, após ganhar certa intimidade, senti uma grande simpatia e gentileza dos japoneses.

O que mudou em você com relação à cultura japonesa após conhecê-la pessoalmente?

Antes de ir ao Japão, tinha a impressão de que era uma sociedade de difícil convivência interpessoal. Pois, a maioria das opiniões que recebia de pessoas com a experiência de ter morado no país era negativa.

No entanto, com o tempo e a convivência com os japoneses, comecei a refletir na possibilidade da diferença cultural ser a causa dessa impressão e que, portanto, o aprofundamento na língua e na cultura talvez me permitisse uma maior compressão da sociedade japonesa. Por essa razão, o tema do meu trabalho de conclusão do intercâmbio foi sobre a influência da cultura sobre o nosso comportamento e a formação de nossa personalidade.

Apesar de ter finalizado o trabalho, não consegui responder todas as minhas perguntas e questões, porém, consegui ter uma compressão melhor da sociedade japonesa. Atualmente, acredito que apesar dessa dificuldade no convívio interpessoal, é possível criar vínculos fortes com os japoneses mesmo sendo estrangeiro e conviver bem na sociedade, apesar dos problemas existentes no país.

Qual a importância do aprendizado e do compartilhamento da cultura japonesa no Brasil?

As relações interpessoais e a maneira como os japoneses se expressam foram aspectos culturais que mais me interessaram durante o período que fiquei no Japão. Percebi que há a existência de uma distância interpessoal mesmo entre amigos e conhecidos mais íntimos. Ainda interpretei que tal distância se estende para muitos outros aspectos da cultura. Como, por exemplo, a maneira de como se comportar ou se referir a uma pessoa, a maneira de criticar algo. Os contos literários e a poesia foram algumas das características culturais que concluí terem alguma influência disso. Assim, acredito que apesar dos consequentes problemas, tal aspecto torna a sociedade japonesa única e muito rica. Através do aprendizado e do compartilhamento da cultura japonesa acredito ser possível transmitir essa riqueza e encorajar as pessoas a conhecê-la e compreendê-la melhor.

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