30 de setembro – Dia Internacional da Tradução

“Hoje é dia de Cultura Japonesa!” – Capítulo 53

O Dia Internacional da Tradução é celebrado no dia 30 de setembro, data de falecimento de São Jerônimo (ヒエロニムス, Hieronymus, como é conhecido pelos japoneses), responsável pela tradução da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim.

Baseado na efeméride internacional, a Japan Translation Federation (JTF) solicitou a criação do Dia da Tradução no Japão, sendo oficializado pela Japan Anniversary Association em 2019.

A JTF foi fundada em abril de 1981 e realiza exames de certificação para tradutores (ほんやく検定, Honyaku Kentei), que pode ser realizado on-line; promove seminários envolvendo profissionais, empresas/agências e clientes de tradução, pública um boletim bimestral (JTF Journal) e realiza, anualmente, o evento JTF Honyakusai que chegaria à sua 30ª edição neste ano, mas foi cancelado devido à pandemia, sendo substituído por um evento virtual a ser realizado em novembro.

Explicando de forma simplificada, a tradução escrita é hon’yaku (翻訳) em japonês. Já a tradução oral (ou interpretação) é tsūyaku (通訳). Quando falamos tyokuyaku (直訳), estamos nos referindo à tradução literal, ao pé da letra. Já iyaku (意訳) é quando o tradutor compreende o significado do texto original de uma forma mais profunda e reescreve mantendo as nuances das palavras e expressões.

Porém, a tradução, de certa forma, muitas vezes possui um aspecto criativo, que pode transformar uma língua. Por exemplo, palavras que hoje utilizamos normalmente na língua japonesa como 社会 (shakai, sociedade), 文化 (bunka, no sentido de cultura), 美術 (bijutsu, belas artes), 科学 (kagaku, ciência), 経済 (keizai, economia) foram introduzidas a partir do fim do Período Edo, como traduções de palavras e conceitos do ocidente. São os Wasei Kango (和製漢語).

Os tradutores de chinês já existiam no Japão há muito tempo. Já quanto à tradução para o inglês, teria surgido no começo do Período Edo. Um dos precursores teria sido o navegador inglês William Adams (1564-1620), que serviu a Ieyasu, o primeiro xogum Tokugawa. Adams adotou o nome japonês Anjin Miura e viveu no Japão até sua morte.

Já o primeiro tradutor japonês para a língua inglesa teria sido Tatsunosuke Hori (1823-1894), que aprendeu inglês com o americano Ranald MacDonald. Além de exercer papel importante na diplomacia, participou da edição do primeiro dicionário inglês-japonês.

Na época do lançamento do livro “Inferno”, o quarto livro de Dan Brown da série Robert Langdon (O Código Da Vinci), tradutores de diversos países ficaram “confinados” no subsolo, para que trabalhassem sem o risco de vazar informações. Em 2019, este acontecimento ganhou um filme franco-belga chamado Os Tradutores (no título japonês: 9人の翻訳家 囚われたベストセラー, “Os 9 tradutores: o best-seller aprisionado”, em tradução literal).

Toshiya Echizen, o tradutor japonês dos livros de Dan Brown disse em entrevista que ele chegou a receber a “convocação” para o “confinamento”, mas que foi poupado, graças à postura firme da editora japonesa em não permitir que isso acontecesse.

A Fundação Japão possui um programa de suporte para tradução e publicação de livros relacionados ao Japão. Os livros “Querida Konbini” e “A Fórmula Preferida do Professor”, ambos da Editora Estação Liberdade, são algumas das obras que foram beneficiadas por este subsídio.

A Fundação Japão também tem realizado o projeto “Tradução em foco”, que divulga relato de tradutores de importantes obras japonesas. Para mais informações, clique aqui.

A Aliança Cultural Brasil-Japão tem contribuído para a formação de profissionais capacitados na tradução japonês-português, português-japonês, por meio de seus cursos: Introdução à Tradução e Versão e Curso Prático de Tradução Oral.

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