Esta data foi estabelecida pela iniciativa da Kabushikigaisha Fujimoto Shōkai Honten, uma empresa da cidade de Nagoia especializada na produção e no comércio de hashi (箸), os famosos “palitinhos” que utilizamos para desfrutar comida japonesa, bem como de outros países da Ásia.
Trata-se de mais um goroawase (trocadilho numérico). 8 em japonês é hachi, mas pegamos só a primeira sílaba. Juntamos o ha com 4 em japonês, que é shi. Logo, hashi vira “mês 8, dia 4”.
A empresa Fujimoto Shōkai Honten construiu um monumento chamado Hashizuka (箸塚) no templo Ryūnenji (龍拈寺), na cidade de Toyohashi, na província de Aichi, e realiza o Hashi Kuyō (箸供養) no dia 4 de agosto, para expressar gratidão para o hashi utilizado por muito tempo.
Há uma frase que diz que “a etiqueta sobre a mesa do washoku (comida japonesa) começa e termina com o hashi” (和食の作法は箸に始まり箸に終わる). Existem formas corretas de manuseio de hashi e também formas claramente deselegantes de usá-las nas refeições, que são conhecidas como imibashi (忌み箸) ou kiraibashi (嫌い箸). Veja uma breve explicação no vídeo da Associação Washoku Kentei (和食検定): https://youtu.be/DK60ApqvKUs.
Apesar de ser tradicional, o waribashi (hashi descartável) é um problema se pensarmos pelo ponto de vista ambiental ou de sustentabilidade. Existem diversas iniciativas conhecidas como “my hashi”, que incentivam os clientes a levarem seus próprios hashi para reduzir o desperdício.
Hashi também pode ter outros significados, como “ponte” ou “canto”. E o verbo correr em japonês é “hashiru”.
Também tem uma frase curiosa: 橋の端を箸を持って走る, “hashino hashiwo hashiwo motte hashiru”. Traduzindo: “correr pelo canto da ponte segurando um hashi”. Aliás, 4 de agosto é também o Dia da Ponte.
É possível realizar workshops de técnicas tradicionais para produzir o seu próprio hashi em diversas cidades do Japão, como na municipalidade de Obama, na província de Fukui.