7 de setembro é o Eijiki (英治忌)!

“Que dia é hoje?” – Capítulo 38

Dia 7 de setembro é a data de falecimento de Eiji Yoshikawa, escritor muito conhecido no Brasil pela sua obra Musashi (宮本武蔵, Miyamoto Musashi, no título em japonês), traduzido para o português por Leiko Gotoda, sobrinha do escritor Jun’ichiro Tanizaki.

“Miyamoto Musashi” começou a ser publicado em agosto de 1935, no jornal Asahi Shimbun, até julho de 1939. É o romance em série (em vários volumes) mais vendido da História do Japão, com 120 milhões de exemplares. A versão brasileira foi publicada em 1998, ano em que a imigração japonesa no Brasil completou 90 anos, pela Editora Estação Liberdade. É conhecido por serem dois “tijolões” de aproximadamente 900 páginas cada. Posteriormente, em 2013, foi lançado um box dividindo a obra em três volumes.

O romance baseado em fatos históricos descreve a vida do lendário espadachim Musashi Miyamoto, conhecido pela técnica de usar duas espadas ao mesmo tempo, uma em cada mão. A espada katana na mão forte, e o wakizashi (espada curta), na outra mão. Este estilo é chamado de nitōryu (二刀流), estilo de duas espadas, em tradução livre.

Por se tratar da vida de um guerreiro, a obra fez sucesso dentro de um momento histórico em que o Japão passava pela Segunda Guerra Sino-Japonesa (日中戦争, Nicchū Sensō, com início em 1937), e estava a caminho da Guerra do Pacífico (太平洋戦争, Taiheiyō Sensō, 1939) / Segunda Guerra Mundial.

Hoje, Musashi é considerado um mestre da espada. Porém, curiosamente, a inspiração para escrever este romance surgiu da discussão entre dois escritores: Kan Kikuchi, que defendia que Musashi era de fato um mestre, e Sanjugo Naoki, que defendia que ele “não era tudo isso”. Yoshikawa ficou com a teoria de Kikuchi e, devido ao grande sucesso do romance, ao ponto de ser lido na programação de rádio, além de ganhar uma versão para os cinemas, Musashi passou a ser conhecido como um mestre das espadas.

Apesar de ser um romance histórico, é conhecido que há várias passagens no texto que foram criados por Yoshikawa. No ano de 1600, aconteceu a grande “Batalha de Sekigahara”, que dividiu o Japão em “Leste” (forças de Tokugawa e aliados) contra “Oeste” (forças de Toyotomi). No romance consta que ele lutou pelo “Oeste”, mas pelos registros históricos, estima-se que ele lutou pelo “Leste”, junto com seu pai. O encontro com o monge budista Takuan também seria criação de Yoshikawa.

Este romance influenciou diversas obras da cultura pop, seja pelo conceito de nitōryu, seja pelo memorável duelo entre Musashi e seu rival Kojiro Sasaki. O mangá Captain Tsubasa tem como protagonista, o personagem Tsubasa Ozora, que foi inspirado num futebolista japonês chamado Musashi Mizushima. Ora, se o Tsubasa é o Musashi, seu rival tem que ser o Kojiro. Supostamente foi assim que nasceu o personagem Kojiro Hyuga.

Quanto ao nitōryu, diversos personagens utilizam esta técnica como Kazuma Kuwabara (Yu Yu Hakusho), Aoshi Shinomori (Rurouni Kenshin), King Bradley (Fullmetal Alchemist), e muitos outros. As três obras foram publicadas pela JBC.

Não podemos deixar de mencionar o mangá Vagabond, de Takehiko Inoue, publicado no Brasil pela Panini, que é baseado na obra de Yoshikawa.

Na vida real, o Japão atualmente tem um grande astro que utiliza o “nitōryu”, mas num conceito diferente. O jogador de beisebol Shohei Otani, que atua no Los Angeles Angels of Anaheim, da Major League Baseball, não utiliza duas espadas, mas ele tem duas armas. Ele mostra seu talento tanto como arremessador, como rebatedor.

Além de “Miyamoto Musashi”, lançado no Japão em 6 volumes, Yoshikawa escreveu outras obras grandes como Sangokushi (14 volumes), Shinsho Taikōki (9 volumes) e Shin Heike Monogatari (originalmente 24 volumes).

 

Veja também os nossos artigos anteriores:

24 de julho – Kappaki (Capítulo 7)

28 de julho – Tsubasa Ozora (Capítulo 9)

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